(Signis – Brasil).- “Quando falamos em comunicação temos a tendência de pensar nos meios de comunicação. Comunicação, na verdade, é testemunhar”, disse o presidente da Comissão de Comunicação da CNBB, Dom Darci Nicioli. O bispo iniciou os trabalhos desta sexta-feira, 15, do 5º Encontro Nacional da Pastoral da Comunicação (Pascom) que acontece em Aparecida (SP) desde ontem e segue até domingo, 17.
Para Dom Darci, a primeira coisa do agente da comunicação é ser testemunho, é viver aquilo que ele comunica. Depois sim, usar de todos os meios disponíveis e comunicar em todos os “novos areópagos dos tempos de hoje”, nesse caso, as mídias sociais. “Que desafio imenso de evangelizarmos num terreno tão movediço como esse, mas tão fluido, onde as pessoas se encontram. É ali que devemos levar a novidade do Evangelho”, afirmou.
O evento nacional é promovido pela CNBB e associa a comunicação e a liturgia em seu tema central. Bispos, padres e leigos são responsáveis pelas conferências e debates. O objetivo do encontro é articular a Pascom por meio de quatro eixos: produção de conteúdo, formação dos agentes, articulação dos agentes e a espiritualidade.
“O tema propõe formar os agentes numa dimensão da Igreja que é fundamental: a liturgia é a comunicação do mistério. O comunicador cristão tem que comunicar Jesus Cristo e esse é o conteúdo da sua comunicação. Estamos aqui para isso, estudar juntos, para partilharmos as experiências que cada regional, cada comunidade, cada diocese está fazendo na pastoral da comunicação, e alertar os agentes sobre a transversalidade da pastoral da comunicação em todas as outras pastorais. A Pascom deve estar presente em todas as pastorais”, explicou Dom Darci.
“É no movimento litúrgico que nós devemos revelar Jesus. Isso precisa ser mais trabalhado: fazer com que Nosso Senhor seja mais conhecido e mais amado. Estamos alertando, formando e articulando os agentes da Pascom, para que estejam a serviço, não de outra coisa, mas do Evangelho, e que não se contentem em falar somente para quem está na comunidade”, completou.
Com o pontificado do Papa Francisco, a imprensa secular ficou mais atenta à Igreja e ao que ela diz. Com isso, o trabalho nas assessorias de imprensa, nas arquidioceses e dioceses se intensificaram ou pelo menos deveriam. Para o presidente da Comissão de Comunicação da CNBB, o trabalho dessas assessorias, associado ao trabalho dos repórteres, pode ser melhorado partindo de um “boa conversa” e da aproximação.
“Aproximar-se para conhecer quais são os interesses de ambas as partes, tanto da imprensa laica, como também da arquidiocese, da diocese. Conhecer o plano pastoral daquela instituição, os interesses do bispo, a forma de trabalhar daquela igreja, então, nada melhor que a proximidade. Acho que é disso que estamos carentes”.
“A imprensa laica pode muito bem, com muita honestidade, com muita liberdade, imparcialidade, estar ao lado da Igreja, junto com ela, não para defender o que é da Igreja, mas para dizer o que a Igreja é. Eu creio que é a tarefa de vocês repórteres. É importante e nós queremos ser parceiros. Porque não pode ser outro objetivo de todos nós se não promover o bem comum”, afirmou Dom Darci.