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Dom Darci Nicioli faz destaques sobre as inscrições ao 52º Prêmio de Comunicação da CNBB

Já estamos na fase do Júri dos especialistas que analisa os inscritos para os Prêmios de Comunicação da CNBB e como o senhor avalia o movimento das inscrições desta edição?

Dom Darci José Nicioli, arcebispo de Diamantina (MG) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação fala do processo de inscrições à 52ª Edição dos Prêmios de Comunicação da CNBB, encerrado no dia 31 de janeiro deste ano. Se comparada as edições anteriores, esta edição, segundo dom Darci, teve maior participação de comunicadores de várias áreas da sociedade. Outro destaque, segundo o presidente da Comissão de Comunicação da CNBB, é um aumento de trabalhos inscritos por mulheres. “São diretoras de cinema, jornalistas e radialistas que apresentam um olhar sobre os fatos que pode fazer uma diferença particular para a visão de todos”, disse.  Em janeiro de 2019, a CNBB perdeu um dos seus grandes colaboradores do prêmio “Margarida de Prata”, o crítico de cinema, professor Miguel Pereira. “Ele fez muito pela Igreja, fez muito pela comunicação, fez muito pelos prêmios de comunicação da CNBB”, afirmou.

 Já estamos na fase do Júri dos especialistas que analisa os inscritos para os Prêmios de Comunicação da CNBB e como o senhor avalia o movimento das inscrições desta edição?

Considero um dos melhores anos sob o aspecto do interesse da comunidade dos comunicadores da sociedade em relação a essa iniciativa da CNBB. Se comparada com as edições anteriores, este ano temos a maior participação de comunicadores de várias áreas da sociedade. Isso, sem cair significativamente a participação dos católicos. Continuamos a receber muitas candidaturas de trabalhos realizados no âmbito da Igreja de muitos lugares do Brasil. Isso significa que estamos crescendo no cumprimento de um dos mais importantes objetivos desta premiação que é estabelecer um diálogo sério entre a Igreja e os profissionais da comunicação, tanto dentro como fora da comunidade eclesial.

Considero ainda que depois de olhar a lista dos inscritos com os temas dos seus trabalhos, este foi o ano que mais temos uma verdadeira cobertura dos principais acontecimentos do ano. Há reportagens, documentários que tratam da Copa do Mundo, Greve dos caminhoneiros, desabamentos, prisões da Lava-jato e outros. Isso quer dizer que estamos, graças a Deus, fazendo um grande resumo da vida do Brasil no último ano. Uma importante função da comunicação é justamente registrar nossa história possibilitando aos brasileiros do futuro entender o nosso tempo. E é bom saber que há registros feitos de forma aprimorada, bem apurada e séria.

Uma última coisa que gostaria de destacar ao observar o movimento das inscrições é que, este ano, temos uma expressiva participação de mulheres. São diretoras de cinema, jornalistas, e radialistas que apresentam um olhar sobre os fatos que pode fazer uma diferença particular para a visão de todos. Muitos trabalhos trazem o cuidado feminino na atenção para com certos aspectos que somente elas são capazes de ver com tanta profundidade e ternura.

O senhor disse que há trabalhos sobre fatos de 2018 e a temática apresentada pelos inscritos é interessante?

Muito. Eu, obviamente, não posso dar um testemunho dos conteúdos porque ainda não chegou o momento do júri dos bispos no qual eu também participo das análises dos trabalhos, mas, considerando os comentários dos organizadores, os assessores da nossa comissão e de alguns dos especialistas que já estão analisando os trabalhos que a temática é rica e abrangente. Há trabalhos mais ousados, outros mais poéticos, alguns mais pedagógicos, mas todos com muito boa qualidade.

Uma atitude que eu gostaria de destacar ao verificar a lista de inscritos e os seus temas é que as pessoas não estão poupando a Igreja de conhecer trabalhos que envolvem temas polêmicos da sociedade sobre os quais a Igreja tem sua posição bem definida e amplamente conhecida. Eu considero que esse tipo de atitude revela um desejo de conversar a respeito de toda a vida humana naquilo que ela demonstra ser acolhimento da graça e também, porque não dizer, a expressão da infidelidade e do pecado. O mal, já nos ensinavam os moralistas, precisa ser conhecido para que as pessoas formem suas consciências de modo adulto e seguro.

Há temas muito relevantes que eu não quero antecipar para não influenciar na avaliação dos especialistas e nem no júri dos bispos. O que importa é que a iniciativa da CNBB está se revigorando a cada ano e se tornando parte da agenda dos produtores do Cinema, do Rádio, da TV, da Imprensa e do ambiente digital no Brasil.

Em janeiro de 2019, a CNBB perdeu um dos seus grandes colaboradores do prêmio “Margarida de Prata”, o crítico de cinema, professor Miguel Pereira. Como a Comissão de Comunicação da CNBB sentiu essa perda?

Professor Miguel Pereira partiu para a Casa do Pai, o Deus que ele amou e respeitou toda a vida e que, agora, o acolhe com alegria. Um filho querido do Pai. Nós, da Comissão de Comunicação, acompanhamos na oração esses dias difíceis e enviamos nosso pesar à família. Ele já lutava como um valente e confiante guerreiro, há bastante tempo, contra uma doença muito grave. Ainda assim, não diminuiu sua dedicação à organização do nosso prêmio nos últimos anos. No ano passado, por exemplo, ele assumiu todo o processo de diálogo com cineastas e coordenou tudo na análise feita pelos professores na PUC Rio. Ele mesmo tomava todas as providências, reunia os jurados. O Cardeal Orani deu todo o apoio a ele, como sempre fez nos últimos anos.

Temos muita gratidão ao Professor Miguel Pereira. Procurei transmitir esse nosso sentimento à senhora sua esposa, seus familiares e amigos numa mensagem que publicamos em todas as redes da Pastoral da Comunicação no Brasil.  Ele fez muito pela Igreja, fez muito pela comunicação, fez muito pelos prêmios de comunicação da CNBB. Não tenho a menor dúvida em afirmar que nestes 52 anos de história do nosso prêmio de Cinema, o “Margarida de Prata”, o principal nome de sua fundamentação, organização e divulgação entre diretores, produtores e atores de cinema é o do Professor Miguel Pereira.

Creio que ele nos deixou um legado importante. No ano passado, tivemos a oportunidade de fazer-lhe uma homenagem singela oferecendo a ele uma Menção Honrosa Ir. Dorothy Stang e ele falou na cerimônia de entrega que o “Margarida” precisava continuar nos entusiasmando e fazendo com que a Igreja perseverasse no caminho de valorizar o cinema. Vamos seguir essa orientação e lembrar sempre da sua dedicação a esse prêmio da CNBB.

O ano passado, os prêmios foram entregues durante o 6º Encontro Nacional da Pascom, em Aparecida (SP). Este ano será no 11º Muticom, em Goiânia (GO). Quais são as expectativas do senhor para essa festa?

A primeira coisa que devo lembrar é que entre uma cerimônia e outra teremos um evento importante na CNBB que é a 57ª Assembleia Geral a ser realizada nos primeiros dias do mês de maio. Esta assembleia é eletiva e isso significa que podem existir mudanças tanto na presidência da Conferência como na coordenação das comissões pastorais. Posso dizer, então, que poderei não ser eu a presidir essa cerimônia de 2019. Mesmo assim, tenho excelentes expectativas para a entrega dos prêmios este ano. Foi justamente o Consep, conselho composto pelas comissões pastorais da CNBB, que determinou que a cerimônia dos prêmios passasse a ser realizada nos grandes encontros anuais de comunicação no Brasil. Neste ano, toca ao Muticom acolher essa festa de premiação.

O Muticom está sendo muito bem preparado por uma comissão nacional e a arquidiocese de Goiânia. O tema é vibrante: “Comunicação, Democracia e Responsabilidade Social”. Estamos concluindo os convites para os professores e profissionais da comunicação que irão nos ajudar a refletir. Tenho certeza que será de grande proveito tanto para os agentes da Pastoral da Comunicação em todo país, como para católicos e não católicos, profissionais ou não profissionais e estudantes que atuam nessa área.

A cerimônia de entrega dos prêmios, mais uma vez, está soba a responsabilidade do departamento de Comunicação da Associação dos Filhos do Pai Eterno, de Trindade (GO). Eu agradeço ao padre Robson de Oliveira, missionário redentorista, que mais uma vez como fez em 2017, colabora com a CNBB tomando conta de todos os detalhes desse espetáculo que, costumeiramente, é transmitido por todas as TVs de inspiração católica do Brasil.

Processo da 52ª Edição dos Prêmios de Comunicação CNBB

Nesta 52ª edição dos Prêmios de Comunicação, os bispos vão conhecer, analisar e premiar trabalhos que coloquem em relevo valores humanos e cristãos em trabalhos em diversas áreas da comunicação e da arte: Cinema (Prêmio Margarida de Prata), Rádio (Prêmio Microfone de Prata), Imprensa (Prêmio Dom Hélder Câmara), TV (Prêmio Clara de Assis) e Internet (Prêmio Dom Luciano Mendes de Almeida).

Depois de encerradas as inscrições, os trabalhos são levados a quatro universidades brasileiras e a um grupo de profissionais da Rede Católica de Rádio (RCR) e da Signis Brasil. Os trabalhos de cinema são analisados pelos professores da área da Pontifícia Universidade do Rio de Janeiro (PUC Rio); os trabalhos inscritos para o prêmio de Imprensa tocam aos professores da Universidade Católica de Brasília (UCB); Os inscritos para o prêmio de Internet são levados para os professores da Universidade Católica de Salvador (UCSal) e os trabalhos em vídeo são analisados por professores da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás). As inscrições para o prêmio de Rádio são enviadas ao grupo da RCR e Signis Brasil.

Os especialistas escolhem três finalistas das 12 categorias dos cinco prêmios. Esses nomes dos finalistas, de costume, são amplamente divulgados. Nessa fase, cada trabalho é visto e analisado pelos membros do júri episcopal. Somente aí que a organização pode chegar ao nome dos vencedores. Sob sigilo, então, a organização entra em contato com cada um dos vencedores para organizar a festa da entrega. Em 2019, a cerimônia será realizada em Goiânia (GO), durante o 11º Mutirão Brasileiro de Comunicação promovido pela CNBB, no mês de julho.

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